Estudo inédito foi elaborado em parceria com a Falconi
O SindusCon-SP lançou a pesquisa inédita Práticas de Gestão de Pessoas na Construção Civil, realizada em parceria com a Falconi, para seus associados em 12 de dezembro. O material revela que desenvolvimento de lideranças, atração, retenção, contratação e capacitação de profissionais são os maiores desafios notados pelas áreas de Recursos Humanos das empresas da indústria da construção.
“Como é sabido, a escassez de mão de obra qualificada na construção se acentuou de forma muito preocupante. A isso se somam outros fatores como rotatividade, absenteísmo e dificuldade de retenção de pessoal. O SindusCon-SP vem tomando várias providências para mitigar este problema”, afirmou o presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan na abertura do evento.
Estefan destacou que o SindusCon-SP está fortalecendo a área educacional, inclusive com cursos do Senai ministrados diretamente nos canteiros de obras, proporcionando às empresas novos elementos para enfrentarem este desafio.
“Não adianta termos a melhor tecnologia de construção e a gestão mais moderna do nosso negócio, se não contarmos com um pessoal altamente qualificado e comprometido. Isso está cada vez mais difícil, não somente porque os filhos de nossos colaboradores não querem seguir a profissão dos pais. Mas muitas de nossas empresas não sabem como poderiam melhorar a gestão de seus recursos humanos”, afirmou o coordenador do CTQ do SindusCon-SP, Rodrigo Fairbanks von Uhlendorff.
“É notório que nossa indústria ainda se mantém altamente dependente do trabalho direto manual, parte mais importante do produto imobiliário acabado, carecendo de um nível de industrialização comparável aos países desenvolvidos. A mão de obra se apresenta como um insumo vital, e urge a necessidade de atrair jovens e zelar pelos nossos colaboradores”, afirmou o coordenador do Grupo de Trabalho Recursos Humanos (GTRH) do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP, David Fratel.
“Diante disso, questionamo-nos sobre as medidas efetivas que temos tomado para contornar essa realidade. Identificamos, ao final de 2022, a ausência de indicadores para uma análise precisa, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, dessa problemática. Notou-se ainda, a falta de maturidade na adoção de boas práticas de recursos humanos no setor da construção civil. Nesse contexto, o GTRH deliberou estruturar as atividades de 2023 com o objetivo de buscar indicadores e iniciar a formulação de um ´Manual de Boas Práticas´”, complementou Fratel.
Estudo
O estudo reuniu 123 companhias de diferentes tamanhos e naturezas de mão de obra operacional, com modelos de trabalhos tanto híbridos quanto presenciais de todo o Estado de São Paulo.
Ao apresentar o material, o vice-presidente da Falconi para soluções de Gestão de Pessoas, Fernando Ladeira, destacou que quase metade dos respondentes aponta o desenvolvimento de líderes e a capacitação como principais desafios do segmento na área de RH. O dado é corroborado ao avaliar que 45% deles garantem aplicar trilhas de desenvolvimento e 48% realizam programas para formação de lideranças. A pesquisa buscou entender quais os principais pontos de melhoria observados pelos gestores de RH e capacitação apareceu no topo do ranking, com 16%, seguido por carreira e pelo par remuneração e benefícios, com 10% cada.
Já clima empresarial (12%), cultura (9%) e cuidar de gente (7%) surgem como pontos mais positivos. São três temas intrinsecamente ligados à integração e ao bem-estar dos colaboradores em uma companhia. Nesse cenário, 73% das companhias garantem que treinamentos de integração para novos funcionários fazem parte da rotina das empresas.
Oportunidade para maior uso de dados
Quando perguntados sobre como a área de gestão de pessoas é vista pela empresa, 26% responderam que a consideram um setor estratégico, enquanto 74% a avaliam apenas como departamento pessoal ou de suporte. Sete a cada dez organizações disseram não fazer acompanhamento de indicadores de gestão de pessoas, sendo que 33% ainda não fazem a coleta dos dados. Hoje, 4% dizem que os dados são aplicados e utilizados para responder perguntas por meio de modelos estatísticos e/ou matemáticos pontuais.
Perguntadas sobre seu percentual de absenteísmo (porcentagem de faltas ao trabalho, justificadas ou não, em relação ao total dos colaboradores), 54% das empresas disseram ser de até 2% ao mês, enquanto 21% registraram índices acima de 7% ao mês. Entre as causas, saúde física (36%) e questões familiares (19%) foram as mais apontadas. Porém, uma a cada quatro empresas não mapeia o processo e 15% dos casos são injustificados.
Além disso, 15% das companhias respondentes possuem turnover voluntário (quando o desligamento é decisão do colaborador), maior que 6% ao mês, o que significa uma rotatividade de cerca de 72% da mão de obra ao ano. Já em relação ao turnover involuntário (iniciativa de desligamento parte da empresa), a mesma rotatividade, de 72%, está presente em 20% das organizações. Oportunidades de mercado, remuneração e carreira são 75% dos motivos de turnover voluntário, enquanto o desempenho profissional é causa de praticamente metade dos desligamentos involuntários (46%).
Questionadas sobre práticas de controle para turnover, uma a cada três empresas dizem ainda não ter iniciativas, enquanto 5% revelam ter um plano estruturado para isso. Segundo Ladeira, a gestão de indicadores é essencial para se ter dimensão de possíveis problemas, conhecer o impacto e principais fatores correlacionados.
A íntegra da pesquisa está disponível aqui.
Fonte: SindusCon-SP