Consulta pública sobre exposição ao calor

SindusCon-SP, Sintracon-SP e Seconci-SP lançaram campanha a respeito no último verão

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) abriu uma consulta pública para revisar o Anexo III – Limites de Exposição Ocupacional ao Calor, da Norma Regulamentadora (NR) 15 – Atividades e Operações Insalubres.

A revisão busca atualizar os parâmetros de segurança, visando a proteção dos trabalhadores em atividades insalubres. A consulta sobre um texto elaborado por técnicos do governo ficará aberta até 6 de setembro. Poderão se manifestar empregadores, trabalhadores, governo, profissionais de segurança e saúde no trabalho, inspeção do trabalho, sindicatos e demais entidades representativas.

As sugestões recebidas serão analisadas pela Secretaria de Inspeção Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego, que elaborará a proposta de texto a ser encaminhada a um grupo de trabalho tripartite, formado por representantes do governo, de trabalhadores e empregadores, para discussão e aprovação. Posteriormente, o grupo encaminhará a proposta de texto final a ser discutida para deliberação no âmbito da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP).

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Preservar a saúde nas obras

A exposição a temperaturas cada vez mais elevadas nas obras foi motivo de preocupação do Fórum de Negociação, instituído por SindusCon-SP e Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo). Com a participação do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), o Fórum lançou em novembro último uma campanha para preservar a saúde dos profissionais nas obras. Veja a seguir as recomendações feitas.

Fornecer protetores solares, exigência prevista nas Convenções Coletivas de Trabalho.

Fiscalizar se os empreiteiros estão fornecendo protetor solar.

Conscientizar os trabalhadores sobre o uso adequado do protetor solar.

Hidratação é fundamental! Disponibilizar, de forma regular e abundante, água potável para os colaboradores, atendendo ao disposto na Norma Regulamentadora (NR) 18: para cada 25 funcionários, deve haver um bebedouro, com água filtrada e fresca. Para utilizá-lo, o funcionário deve se deslocar menos de 100 metros na horizontal e 15 metros na vertical. Se a água for servida em recipiente, ele deve ser portátil e hermético. É proibido o uso de copo coletivo.

Conscientizar os colaboradores sobre a importância de se hidratar frequentemente.

Providenciar proteção para nuca e orelhas, para trabalhadores expostos ao sol.

Incluir recomendações sobre estes cuidados nos Diálogos Diários de Segurança (DDSs), enfatizando: bebidas alcoólicas não hidratam, ao contrário: desidratam; uso adequado de EPIs e de protetor solar.

Instalar, se possível, tendas para descanso e hidratação nas fases iniciais da obra, quando há muita exposição ao sol, na ausência de área sombreadas.

Evitar superlotação dos vestiários e refeitórios, fracionando horários, como foi feito na pandemia.

Instalar ventilação mecânica nos refeitórios. Climatizadores umidificadores não são recomendados, devido ao risco de umedecerem os uniformes e provocarem micoses. Adotar ventilação natural cruzada, se possível.

Melhorar a ventilação nos vestiários, seguindo as disposições da NR 18.

Aplicar tintas claras e reflexivas sobre as estruturas das áreas de vivência, se possível.

Ajustar os horários de trabalho, se possível, para evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, a critério da empresa, principalmente entre 12h e 13h.

Dar atenção especial aos colaboradores mais suscetíveis ao calor – como os que têm hipertireoidismo, diabetes, obesidade, ansiedade –, bem como a idosos e mulheres grávidas.

Considerar a aquisição de novos uniformes com tecidos mais leves.

Em função das fortes rajadas de vento, encunhar as estruturas com madeira até a execução definitiva da alvenaria.

Impedir o acúmulo de águas paradas nos canteiros de obra, para evitar a proliferação de mosquitos que transmitam dengue, zika e a chikungunya

Realizar avaliações e monitoramentos constantes das condições de trabalho, para identificar melhorias e ajustes que se façam necessários.

Fonte: SindusCon-SP