Evento debate gestão compartilhada de projetos

SindusCon-SP apresentou sua atuação e destacou importância da valorização de engenheiros e técnicos

A utilização do MND (Método Não Destrutivo) para abertura de túneis e tubulações, e a gestão compartilhada de projetos para a construção e operação de uma nova fábrica de celulose pela Suzano no Mato Grosso do Sul foram o tema do Roadshow Formação de Preços e Relações Contratuais. O evento virtual foi realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em parceria com SindusCon-SP, Sinduscon-MS e Sinduscon-SF e correalização com o Senai.

Representando o SindusCon-SP, Thomas Diepenbruck, membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) da entidade, sumarizou as principais áreas de atuação da entidade em “mais de uma dezena de temas com o objetivo de superar obstáculos ao incremento da qualidade e da produtividade da indústria da construção: industrialização, modularização, projetos, seguros, normas técnicas, relações com as concessionárias – enfim, uma vasta gama de assuntos que exigem melhorias contínuas”.

Ele também relatou ações do SindusCon-SP nas áreas de educação, inovação e sustentabilidade. E destacou a importância da valorização da engenharia para o avanço da sociedade. “Quando a gente reconhece e apoia nossos engenheiros e corpo técnico, nós estamos investindo no futuro, promovendo o desenvolvimento econômico, sustentabilidade, melhoria de vida e desenvolvimento de regiões”, afirmou.

Avanço no saneamento básico

O Método Não Destrutivo (MND), que permitiu o avanço de obras de saneamento básico sem a quebra de calçadas, foi apresentado pelo engenheiro civil Yannis Calapodopulos. A mediação esteve a cargo do presidente da Comissão de Obras de Infraestrutura da CBIC), Ilso Oliveira.

Após um avanço da mecanização nestas obras, a partir de 2006 elas passaram a utilizar MND pelo processo Pipe Jacking (cravação hidráulica de tubos), com tubo de concreto centrifugado, utilizado até os dias de hoje em obras de mini túneis.

“Com esse processo, o trabalhador não precisa permanecer dentro dos túneis, é tudo robotizado e automatizado, além de tornar a atividade produtiva e mais rápida, preservando a saúde do trabalhador e diminuindo os custos”, disse Calapodopulos.

“É uma evolução na engenharia”, afirmou o vice-presidente do Sinduscon-MS, Kleber Recalde. A maior agilidade nos processos pode ser um facilitador para alcançar a expectativa do governo federal com a atualização do Marco Legal do Saneamento.

O Marco Legal do Saneamento prevê que, até 2033, 90% de todo o país esteja com água tratada e coleta de esgoto. “Se nós precisarmos colocar em prática tudo aquilo que está previsto no marco legal, vamos precisar de uma infinidade de máquinas desse tipo no país. Infelizmente, devido ao fracasso dos programas de despoluição de rios e do atual saneamento do país, é possível contar em uma única mão o número de máquinas disponíveis no Brasil capazes de executar obras de mini túneis pelo processo MDN”, afirmou.

“Espero que a gente consiga transformar o país para que todos tenham água e esgoto. Será um grande desafio para as autoridades políticas, mas a universalização é uma oportunidade de levar uma moradia digna para todos, em todo o país”, afirmou Calapodopulos.

Para a presidente do Sinduscon-SF, Elissandra Cândido, é importante a busca por inovação. “Para avançar no segmento do saneamento, é preciso preparar as empresas para esse nível de construção e buscar incentivos fiscais para adquirir as máquinas que vão permitir esse avanço”, disse.

Veja a apresentação.

Gestão compartilhada

Maurício Miranda, diretor de engenharia da Suzano, apresentou os desafios da gestão compartilhada do Projeto Cerrado, desenvolvido na região Ribas do Rio Pardo (MS). Com investimentos de R$ 22 bilhões, o projeto envolve 250 mil hectares de florestas plantadas e a construção de uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto de mercado, a entrar em operação no 2º semestre de 2024, com potencial de geração de 3 mil empregos diretos e indiretos.

Para executar um empreendimento dessa magnitude, a organização conta com uma estrutura organizacional específica do Projeto Cerrado e uma gestão de projetos direcionada. “Uma gestão compartilhada é cooperativa e colaborativa”, afirmou Miranda.

Segundo o engenheiro, são relevantes para o sucesso de uma gestão compartilhada de projetos: estrutura organizacional e responsabilidades bem definidas; uso de metodologias e ferramentas de gestão consolidadas; parcerias fortes com riscos compartilhados; comissão master com participação dos principais stakeholders e reuniões de alinhamento e definição de diretrizes estratégicas.

Ilso Oliveira afirmou ter percebido o sucesso dessa gestão em muitas cidades a partir da disposição das empresas em formar parcerias, possibilitando o compartilhamento de suas vivências, tecnologias, conhecimento, e aproveitando as facilidades locais.

Veja a apresentação .

Assista ao Roadshow aqui.

Com informações da CBIC

Fonte: SindusCon-SP