Convenção Secovi-SP: apagão da mão de obra

“Apagão da mão de obra e futuro da construção” foi o tema que encerrou a programação do primeiro dia da Convenção Secovi-SP 2024, em 26/8, no Milenium Centro de Convenções. O engenheiro Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP, coordenou o painel, que contou com a participação de David Fratel, coordenador do Grupo de Trabalho de Recursos Humanos (GTRH) do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) e diretor do Grupo Kallas, e Daniel Gispert, presidente da SteelCorp.

David Fratel relatou as questões envolvendo envelhecimento da mão de obra, atratividade e renovação da força de trabalho, inovação, novas tecnologias de construção e industrialização e qualificação e capacitação. “Nos últimos anos, a construção civil no Brasil tem enfrentado um desafio crescente: o envelhecimento da sua força de trabalho. De 2016 a 2024, a idade média dos trabalhadores no setor aumentou de 38 para 41 anos. Este aumento reflete uma tendência preocupante de falta de renovação da mão de obra e o desinteresse da geração mais jovem pelo setor”, disse.

Segundo ele, trata-se de uma tendência mundial a escassez de mão de obra nas mais diversas indústrias. “Para a construção civil não é diferente: a mão de obra está envelhecendo em proporções gritantes”, destacou, acrescentando que apesar de acumularmos quase 10 milhões de jovens que não estudam nem trabalham, não conseguimos atrair esses jovens da Geração Z para que se juntem ao setor.

“Esse jovem é multidisciplinar, simpático a boa comunicação e transparência, quer participar de atividades colaborativas, precisam ter como mentores os verdadeiros líderes, precisa ser visto e respeitado, fascinado pela inovação e visão de futuro. Ou seja, esse jovem precisa enxergar que a indústria está em visível transformação. E de fato, é impossível atrair esse jovem se ele não enxergar que a Construção Civil está mudando para acolhê-lo”, afirmou Fratel.

Daniel Gispert, presidente da SteelCorp, ressaltou a importância de o setor investir em padronização para aumento da competitividade, aliando esse fator ao perfil inovador da engenharia e da arquitetura do país. Ele também comentou os planos para capacitação de profissionais desses setores por meio da SteelAcadem, braço educacional do grupo, que nasceu há 6 meses e já é o maior ecossistema da construção industrializada do Brasil. “É preciso olhar a construção civil de uma outra forma. Em 100 anos, tivemos pouca inovação neste setor. A construção civil só é mais inovadora que a pesca, que ocupa o último lugar. Ainda hoje, continuamos empilhando os tijolos”, afirmou, acrescentando que não houve uma mudança mental. 

Nesta terça-feira, 27/8, as apresentações prosseguem na Arena de Inovação com discussões sobre tokenização, Lei de Zoneamento de Plano Diretor de São Paulo e parcelamento do solo na era digital.

A Convenção Secovi-SP 2024 tem patrocínio de Atlas Schindler; Brain; Crowe Macro; Souza Lima; BTG Pactual; Itaú BBA; Proptalks; Comgas; Modulocker; Apê 11; Comunica 3D; Delta Omega; Construct In; Desonera; E-wolf; App Facilita; Desentupidora Jupiter; Mais Doc; Multiplike; Nova Ambiental; Sicoob Imob; Sigavi 360; TracF Tech e Turn2C. Media Partner Sindiconet.

Confira as fotos dos painéis no Flickr do Secovi-SP.

Fonte: Secovi-SP