Impactos negativos foram mostrados por SindusCon-SP, CBIC, Abrainc, Secovi-SP, Aelo e Caixa
Há 14.890 unidades imobiliárias prontas de 38 construtoras e incorporadoras em São Paulo, sem ligação de energia elétrica definitiva por parte da Enel, concessionária que tem descumprido os prazos contratados com estas empresas, mesmo após as aprovações finais das obras feitas para receber a eletricidade.
Esta grave situação foi levada ao diretor da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval de Araujo Feitosa Neto, em 22 de janeiro, em Brasília, por dirigentes de SindusCon-SP, CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias), Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Aelo (Associação das Loteadoras) e Caixa Econômica Federal.
“A situação é crítica e está afetando não só as construtoras e incorporadoras, mas também milhares de famílias que aguardam a entrega de seus imóveis. É fundamental que a ANEEL tome providências imediatas para resolver essa questão, que já gerou sérios prejuízos e insegurança nos negócios. Estamos confiantes de que, com o apoio da Agência, conseguiremos uma solução rápida e eficaz”, afirmou Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP.
O diretor da Aneel, Sandoval de Araujo Feitosa Neto, comprometeu-se a realizar uma nova reunião nos próximos 20 dias, para dar um retorno e um posicionamento sobre os problemas relatados: “Nosso compromisso é trabalhar para que possamos resolver esse problema com a maior celeridade possível. Trata-se de uma questão de extrema importância para as empresas e para os consumidores, que adquiriram novos imóveis, tanto residenciais quanto comerciais. A Aneel, em conjunto com as entidades aqui presentes e com a Enel São Paulo, buscará uma solução eficaz para atender rapidamente a esses pedidos de ligação de energia.”
Participaram da audiência, pelo SindusCon-SP, o presidente Yorki Estefan e o coordenador do Grupo de Trabalho Enel do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade), William Gilheta. Pela CBIC, o presidente Renato Correia; pela Abrainc, a consultoria sênior Márcia Haddad; pelo Secovi-SP, o diretor de Normalização, Paulo Rewald, pela Aelo, o vice-presidente Luis Germanos; o diretor de Relações Institucionais, Jorge Donadelli Jr., e o diretor de Assuntos Regionais, Elias Zitune; e pela Caixa Econômica Federal, Sergio Rodovalho Pereira, gerente de Filial Brasília, e Ítalo Pongeluppi Junior, gerente de Clientes e Negócios – Rede Executiva de Habitação.
Empreendimentos em risco
Os representantes da indústria da construção e do imobiliário destacaram que cerca de 40% das ligações de energia dos empreendimentos imobiliários se encontram em atraso. A entrega de diversos destes empreendimentos está em risco, por estarem com as ligações provisórias.
De acordo com o exposto pelas entidades, esta situação gera graves impactos:
• falta de energia suficiente nos empreendimentos prontos para atender a totalidade das unidades;
• prejuízos financeiros provenientes de ligações provisórias, mediante a utilização de geradores a diesel, com o agravante de que eventuais sinistros não serão cobertos pelas seguradoras;
• aumento de custos, colocando em risco a viabilidade financeira dos empreendimentos;
• abalo aos investimentos, por gerar desconfiança entre investidores e adquirentes de imóveis;
• repasse de custos extraordinários aos clientes, com prejuízo para a imagem das construtoras e incorporadoras;
• adiamento da possiblidade de os compradores das unidades amortizarem o financiamento habitacional, gerando insatisfação.
Em consequência – relataram os representantes das entidades –, os atrasos nas ligações acabam repercutindo negativamente também sobre os programas habitacionais Minha Casa Minha Vida, Casa Paulista e Pode Entrar. Estes programas sofrem impactos econômicos e sociais, têm sua eficiência, competência, credibilidade e confiança abaladas, e por extensão acabam gerando insegurança em seus parceiros e investidores.
As construtoras e incorporadoras afetadas também sofrem impactos negativos em sua reputação e credibilidade, atrasos no retorno de seus investimentos, incertezas e percepção de risco elevado. Podem ser atingidas por multas contratuais e penalidades legais, terem que enfrentar processos judiciais e perderem investidores, destacaram as entidades na audiência.
Assista ao vídeo em que o diretor da ANEEL se compromete em dar um retorno sobre a questão das ligações de energia da Enel em atraso
Fonte: SindusCon-SP