Vice-presidente do Secovi-SP fala sobre a necessidade de investir no desenvolvimento de novas maneiras de integrar os cidadãos com o planejamento urbano
Eles podem ser mais ativos em determinada fase de um processo em comparação com outro, e podem ter interesses diferentes e conflitantes. Portanto, o foco deve ser na interação positiva de todo ecossistema e, concomitantemente, nos resultados.
A soma de tecnologias interativas que estão remodelando nossas sociedades também transforma nossas aspirações. Além disso, as possibilidades de uma atuação mais ampla e ativa na interação dos cidadãos com as instituições públicas vinculadas à governança urbana e legislativa podem trazer importantes subsídios para as tomadas de decisão.
Nesse sentido, o desenho de uma plataforma de interação urbana realmente eficiente é apropriado para enriquecer as ferramentas, práticas e os mecanismos tradicionais que foram concebidos nas últimas décadas para tratar da relação das cidades com seus habitantes.
Uma plataforma de interação urbana estruturada de forma adequada tem a oportunidade de impactar as aspirações de engajamento cívico, e transformar-se numa forma mais profunda, direta e eficaz da experiência com o envolvimento em questões públicas.
No entanto, desenhar modelos eficientes de participação não é tarefa fácil e, em particular, no contexto da interação urbana, pode ser bastante complexo e ambíguo. A participação da sociedade no planejamento não é uma ciência exata, e projetar processos participativos em qualquer campo pode ser relativo a contextos, objetivos e aspectos práticos particulares.
Uma plataforma de interação urbana pode ser muito importante para o aprimoramento e fornecimento de ferramentas que permitam a uma gama diversificada de atores participar do processo de engajamento cívico, o que pode envolver muitas formas, escopos, estratégias e momentos diferentes.
Nesse sentido, o que tradicionalmente chamamos de participação está se ampliando com uma nova geração de abordagens disponíveis, um uso mais criativo de estratégias de engajamento cívico e ferramentas mais poderosas para o envolvimento dos cidadãos com a representatividade orientada para ações objetivas.
O papel dos cidadãos na vida pública está se expandindo. A demanda por novas formas de participação em questões que envolvem o funcionamento das cidades está em ascensão e o investimento no desenvolvimento de novas maneiras de integrar os cidadãos com o planejamento urbano é extremamente necessário. Os modelos de participação hoje existentes têm se mostrado ineficientes.
O que esperamos, como cidadãos, é que sejamos capazes de moldar ativamente a vida urbana, calcados em princípios de equidade e justiça social, mas sem esquecer que a integração da vida nas cidades com a atividade econômica é fator essencial para o êxito no desenvolvimento das áreas urbanas.
Artigo publicado na Folha Online de 22/12/2023 (Colunas e Blogs)
Fonte: Secovi-SP