Na elaboração de um empreendimento, a definição prévia, objetiva e cuidadosa do escopo dos projetos e serviços envolvidos é uma necessidade básica para que uma incorporação imobiliária seja bem-sucedida.
Para a definição adequada dos escopos de cada projeto (grandes ou pequenos), necessários ao desenvolvimento do empreendimento imobiliário, entidades representativas do setor de projetos do mercado imobiliário e da construção uniram seus esforços para estabelecer, por consenso, os Manuais de Escopo de Projetos e Serviços para a Indústria Imobiliária, os quais, de forma didática, descrevem parâmetros para contratar e desenvolver projetos com eficiência e segurança, cumprindo todas as etapas necessárias.
A ideia dessa iniciativa é direcionar os procedimentos de contratação facilitando o processo. Afinal, a definição clara do escopo dos projetos é o primeiro passo de uma importantíssima mudança nas relações entre os diversos agentes do setor da construção imobiliária, com melhoria na definição de responsabilidades envolvidas e efetivo atendimento às Normas Técnicas e ao Código Civil.
Os Manuais de Escopo representam uma importante base de informações dirigida a contratantes e projetistas que buscam por qualidade no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. O trabalho iniciado em 1998, teve sua primeira edição em 2000 e há mais de 8 anos, a partir do monitoramento do site www.manuaisdeescopo.com.br, contabilizamos, entre consultas e emissões de proposta, mais de 500.000 acessos, número que reforça seu valor para o setor.
Este novo manual, específico para projetos de esquadrias de alumínio, é mais um importante passo para o nosso acervo e integra a coleção dos manuais de escopo das várias especialidades de projeto.
Esta primeira edição foi desenvolvida por especialistas em projetos de esquadrias de alumínio, sob coordenação técnica da consultora Maria Angélica Covelo Silva, engenheira civil e doutora em engenharia e diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento e com a liderança da AFEAL – Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio.
O conteúdo elaborado em cooperação com representantes do Secovi-SP, SindusCon-SP, já incorpora um entendimento adequado e abrangente sobre o escopo dos projetos também no atendimento à norma de desempenho (ABNT NBR 15.575:2021) no que diz respeito às esquadrias de alumínio.
O conteúdo deste Manual está inserido no conjunto de manuais de escopo de outras especialidades de projeto, e para seu melhor entendimento, recomenda-se a consulta do Guia para utilização dos Escopos de projeto de edificações habitacionais para atendimento à ABNT NBR 15.575: 2013.
Boa leitura!
A elaboração de um projeto é um processo complexo que envolve, além dos projetos em si, diversas interfaces com outras especialidades técnicas. Portanto, a contratação e a coordenação racional de um projeto devem considerar a necessidade de integração das equipes, dos conhecimentos e das experiências. Além disso, a dinâmica atual da indústria imobiliária tem exigido otimização cada vez maior dos projetos para garantir melhor planejamento e controle das obras.
Para que essa otimização seja possível, é necessário o estabelecimento de um fluxo de trabalho estável e padronizado na elaboração dos projetos de um empreendimento, onde as etapas realizadas atendam adequadamente às necessidades de todos os intervenientes e contribuam para a interação eficiente entre as diversas equipes. Essa é a premissa de todos os manuais elaborados.
O principal objetivo é apresentar diretrizes para que as responsabilidades sejam bem definidas, eliminando, assim, as chamadas “zonas cinzentas” entre contratantes, projetistas, fornecedores e executores das obras. Os documentos oferecem orientações precisas sobre como identificar os itens envolvidos e suas soluções, atendendo às expectativas dos empreendedores.
Os Manuais partem de uma sequência de atividades, organizada em fases bem definidas, que permitem determinar com clareza cronogramas, medições e outras etapas notáveis.
Os serviços oferecidos durante a elaboração de um projeto foram classificados conforme sua necessidade, em:
Essenciais presentes em qualquer tipo ou porte de empreendimento;
Específicos vinculados às características daquele empreendimento, como por exemplo, número de subsolos, critérios de sustentabilidade etc.;
Opcionais aqueles que o contratante entende como conveniente para determinada especialidade, na etapa em questão, e que não estejam enquadrados nos outros dois tipos.
Para cada etapa de projeto, os Manuais apresentam a Descrição da Atividade, relacionando os Dados Necessários à realização de cada etapa (documentos ou informações a serem fornecidos) e descrevendo com profundidade os Produtos Gerados por esses serviços, identificando o momento oportuno em que as ações devem ocorrer. Também esclarecem com perfeição as Responsabilidades por atividade, documento e produto gerado.
Desenhos, detalhes, memoriais descritivos, requisições, relatórios, quadros etc., gerados individualmente pelos serviços de projetos contratados, são identificados, bem como é estabelecido quando são necessários.
Com os Manuais de Escopo de Projetos e Serviços, portanto, todos os envolvidos podem visualizar o nível de detalhamento requerido e o momento certo de exigir, fornecendo dados e informações para que os projetos respondam corretamente aos objetivos e desejos dos empreendedores e futuros usuários.
É importante ainda ressaltar que a abordagem dos Manuais se inicia nas definições conceituais de um empreendimento e vai até a etapa de acompanhamento técnico das obras, sua entrega final, incluindo os desenhos “as built” e passando pela mais importante atividade prevista nesses Manuais: a compatibilização e a consolidação das interfaces dos vários sistemas em todas as etapas.
Os Manuais oferecem inestimável referência a todos aqueles que se relacionam com o processo de desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, contribuindo decisivamente para a apresentação de propostas de serviços e a organização dos trabalhos.
Para os projetistas, se constituem em excelente instrumento de valorização do projeto e de seu trabalho, possibilitando a todos envolvidos um conhecimento pleno do seu conteúdo e inter-relações.
Para os empreendedores, os Manuais de Escopo de Projetos e Serviços oferecem recomendações importantes a serem seguidas, de acordo com o que se considera boa técnica na execução de projetos.
Para os contratantes, possibilitam a efetiva comparação das propostas técnicas e comerciais que venham a ser apresentadas para elaboração de projetos, resultando em investimentos mais equalizados, financeira e tecnicamente adequados a ambas as partes, e, portanto, mais eficazes.
O bom uso dos Manuais permite que diferentes empresas ou profissionais de projeto apresentem propostas com base em idêntico nível de abrangência e rigor técnico, desde a fase de proposta, até o acompanhamento pós-entrega da obra. Isso resulta em menor incidência de discrepâncias nos valores de honorários propostos, muitas vezes apresentando custos incompatíveis com o teor e a qualidade de projeto desejável.
Como resultado, os projetos serão mais bem desenvolvidos e compatibilizados, proporcionando obras mais eficientes e econômicas, com melhor controle do seu desenvolvimento.
FASE Fase A
CONCEPÇÃO DO PRODUTO
Levantar um conjunto de informações jurídicas, legais, programáticas e técnicas; dados analíticos e gráficos, Normas Técnicas aplicáveis, bem como a definição dos Padrões e Critérios de Desempenho (Mínimo, Intermediário e Superior) Níveis de Sustentabilidade do Empreendimento (definindo inclusive se será objeto de Certificação).
Estas premissas têm como objetivo determinar as restrições e possibilidades que regem e limitam o produto imobiliário pretendido e permitirão caracterizar o partido arquitetônico e urbanístico, e as possíveis soluções das edificações e de implantação dentro das condicionantes levantadas.
Esta fase está subdividida nas seguintes etapas:
LV – Levantamento de Dados
PN – Programa de Necessidades
EV – Estudo de Viabilidade
FASE Fase A - CONCEPÇÃO DO PRODUTO
SERVIÇOS ESSENCIAISESQ - A 001- Estudo preliminar das esquadrias do empreendimento
Descrição da Atividade
- Analisar o projeto de Arquitetura, quanto às condicionantes que influenciam a especificação dos sistemas de esquadrias:
- Condições de exposição – relacionadas à localização e topografia do terreno, altura e geometria da edificação; insolação; situação em relação a ação do vento; presença de agentes que contribuam para os processos de degradação (névoa salina pela proximidade com o mar, agentes poluentes com especial atenção aos agentes corrosivos como a “chuva ácida” (dióxido de enxofre) e outros específicos que possam ser decorrentes da exposição da edificação;
- Condicionantes relacionadas às tipologias, dimensões e “design” das esquadrias e guarda-corpos;
- Condicionantes relacionadas ao desempenho acústico e térmico;
- Condicionantes relacionadas ao uso e limpeza das esquadrias;
- Condicionantes relacionadas a manutenibilidade das esquadrias;
- Identificação inicial de interfaces com outros projetos;
- Análise do padrão de mercado do empreendimento e, em conjunto com o contratante, definir o padrão de sistema de esquadrias a ser adotado;
- Análise, com comentários, das tipologias propostas pelo projeto de Arquitetura.
- Relacionar todas as normas técnicas, leis e regulamentos incidentes sobre o projeto e as normas técnicas que as esquadrias e seus componentes deverão atender.
- Nesta fase o projetista deverá indicar as normas, leis e regulamentos aplicáveis que devem ser relacionadas com seus títulos, número e data de publicação.
- Estabelecer os requisitos e critérios de desempenho que as esquadrias deverão atender:
- Com base na análise do item “a”, e a partir dos requisitos e critérios da ABNT NBR 10821, ABNT NBR 15575 e demais normas associadas, elaborar os requisitos e critérios que as esquadrias deverão atender para o respectivo empreendimento.
- Realizar pesquisa para identificação das alternativas de tipologias e suas características que atendam aos requisitos de desempenho desejados.
- Análise das alternativas possíveis no mercado em relação aos condicionantes e requisitos estabelecidos, às premissas do projeto de Arquitetura e do contratante.
- Elaborar Relatório técnico Estudo Preliminar de Esquadrias, contendo:
- Todos os fatores condicionantes para escolha do sistema de esquadrias no empreendimento;
- Os requisitos e critérios de desempenho que as esquadrias deverão atender no empreendimento e as respectivas normas técnicas aplicáveis (relacionadas com seu número, título, data de publicação);
- A primeira análise das alternativas possíveis no mercado em relação aos condicionantes e requisitos estabelecidos e em relação às premissas do projeto de Arquitetura e do cliente em relação ao padrão de mercado do empreendimento;
- Dados das alternativas que, junto com os quantitativos do projeto de Arquitetura, permitam que o contratante faça o primeiro estudo de custos das alternativas apresentadas.
Dados Necessários
- Documentos do projeto de Arquitetura que já estiverem disponíveis nesta fase, tais como:
- Área geral;
- Número de pavimentos;
- Tipo de ocupação;
- Planta da situação;
- Planta do pavimento tipo e pavimentos específicos com unidades, áreas comuns;
- Cortes e elevações;
- Tipo de sistema de vedação da fachada – alvenarias, parede de concreto, painéis, outros;
- Informações do cliente sobre o padrão de mercado do empreendimento;
- Informações específicas sobre as características arquitetônicas que possam influir sobre o projeto de esquadrias;
- Informações do cliente sobre a Classe de Ruído do local do empreendimento e, consequente, Índice de Redução Sonora (Rw) que as esquadrias de dormitório deverão apresentar;
- Informações do cliente sobre a realização de ensaios de túnel de vento e/ou outro tipo de estudo visando a determinação das pressões de vento a que estarão sujeitas as esquadrias no empreendimento;
- Definição pelo cliente e projetista de Arquitetura do tipo e cores de acabamento superficial das esquadrias e cores dos vidros.
A Classe de Ruído do empreendimento, segundo as classes estabelecidas na ABNT NBR 15575 Parte 4, deve ser estabelecida e informada por escrito pela empresa contratante, seja por meio de enquadramento simplificado, seja por meio de relatório específico de medição “in loco” e simulação computacional.
Os procedimentos detalhados sobre o enquadramento nas Classes de Ruído são apresentados no “Manual ProAcustica para Classe de Ruído das Edificações” (obter por meio do website da ProAcustica – Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (www.proacustica.org.br).
O Índice de Redução Sonora (Rw) que as esquadrias de dormitório deverão apresentar deverá ser fornecido pelo contratante ao projetista de esquadrias por meio de cálculo que precisa ser realizado por consultoria/projetista especialista em Acústica.
O contratante poderá também se utilizar de ferramentas disponíveis para este cálculo, mas deverá informar por escrito ao projetista de esquadrias, o valor em decibel que as esquadrias deverão apresentar.
Esta informação depende ainda da definição pelo contratante se o empreendimento atenderá o nível mínimo, intermediário ou superior da ABNT NBR 15575 Parte 4.
A definição do Rw para as esquadrias de dormitório é informação essencial ao projeto de esquadrias que avaliará ensaios apresentados pelos fabricantes para a escolha das linhas de produtos que podem atender aos níveis requeridos.
OBSERVAÇÃO: o projetista de esquadrias não é responsável pela identificação da Classe de Ruído e do Índice de Redução Sonora a atender e a falta destas informações representará riscos para o contratante de não atendimento às condições que poderão ser exigidas futuramente pelos clientes finais.
- Avaliação da ação do vento sobre a fachada
Os fatores que influem sobre a ação do vento e determinação das pressões que serão incidentes sobre as fachadas são ligados a algumas características que devem ser avaliadas pelo contratante e projetista para definir a necessidade de estudo mais preciso do que as considerações previstas nas normas ABNT NBR 6123 e ABNT NBR 10821.
Os fatores identificados na literatura especializada de Engenharia do Vento e na ABNT NBR 6123, são:
- Velocidade básica do vento do local do empreendimento, a qual é definida na ABNT NBR 6123 para o Brasil como um todo pela figura com as isopletas da velocidade básica em m/s[1] ;
- Variações do relevo do terreno que determina um fator topográfico também definido na ABNT NBR 6123;
- Rugosidade do terreno (presença ou ausência de outras edificações ou outros elementos construtivos que interfiram na ação do vento, dimensões da edificação e altura sobre o terreno). Para estes fatores a ABNT NBR 6123 define um fator (S2) que considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou parte da edificação;
- Forma geométrica da edificação, levando-se em conta as relações entre suas dimensões em planta e sua altura.
Além disso a ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações – Parte 2: Esquadrias externas – Requisitos e classificação também define critérios de pressões a considerar em função da altura e da região de vento segundo as isopletas da ABNT NBR 6123.
A necessidade de usar meios mais precisos de avaliação das pressões de vento, como o ensaio de túnel de vento, deve ser avaliada pelas condições do empreendimento em relação aos fatores listados nos itens a,b,c,d.
A geometria e características de forma do edifício com arestas, formas não convencionais, esbeltez (mesmo que o edifício não seja muito alto sua forma geométrica pode levar à esbeltez que requer cuidados em relação à ação do vento), altura, e as condições de entorno como falta de edificações ou outros obstáculos expondo mais o edifício às forças de vento, podem ser determinantes da necessidade de caracterização mais precisa das pressões, evitando-se riscos de subestimar em pontos específicos das fachadas.
A intenção do arquiteto de usar determinados sistemas de esquadrias/fachadas em relação às características estéticas desejadas também pode levar à necessidade de avaliação mais precisa dos efeitos da ação do vento sobre a fachada.
A avaliação sobre a necessidade e a contratação do estudo sobre a ação do vento/ensaio de túnel de vento deverá ser feita antes do trabalho do projetista de esquadrias de escolher sistemas e dimensionar, pois, em função dos resultados deste estudo poderá haver retrabalho com a necessidade de redimensionamento
[1] Nota: A velocidade básica é definida na ABNT NBR 6123 como: Vo = máxima velocidade média medida sobre 3 s, que pode ser excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 m sobre o nível do terreno em lugar aberto e plano.
Produtos Gerados
- Relatório técnico preliminar que apresenta as alternativas de sistemas a serem adotados com as características que já permitem o primeiro estudo de custos pelo contratante.
Observações
FASE Fase B
DEFINIÇÃO DO PRODUTO
Desenvolver o partido arquitetônico e demais elementos do empreendimento, definindo e consolidando todas as informações necessárias a fim de verificar sua viabilidade física, legal e econômica bem como possibilitar a elaboração dos Projetos Legais.
Esta fase está subdividida nas seguintes etapas:
EP – Estudo Preliminar
AP – Anteprojeto
PL – Projeto Legal
Observação
Para início desta fase é fundamental que estejam definidos e contratados todos projetistas e consultores de cada especialidade os quais serão demandados no projeto. Estes, deverão realizar análise, avaliação e emitir comentários preliminares do material desenvolvido na Fase anterior, os quais servirão de subsídio para início da Fase B.
Também é importante definir se haverá Certificações de Sustentabilidade ou outras e o nível pretendido.
Definir adoção do processo de classificação da informação da construção – BIM
Esta atividade ocorre por meio de um processo de aproximações sucessivas e nem sempre o processo é linear.
FASE Fase B - DEFINIÇÃO DO PRODUTO
SERVIÇOS ESSENCIAISESQ - B 001 - Anteprojeto das Esquadrias do empreendimento
Descrição da Atividade
Apoio técnico ao contratante e ao projetista de Arquitetura, quantos aos sistemas propostos na fase A, durante o estudo de custo efetuado pela contratante.
Dados Necessários
- Definição pela contratante e arquitetura dos sistemas a serem adotados no projeto.
Produtos Gerados
- Consolidação do relatório técnico com os sistemas a serem adotados no projeto.
Observações
FASE Fase C
IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE INTERFACES
Consolidar claramente todos os ambientes, suas articulações e demais elementos do empreendimento, com as definições necessárias para o intercâmbio entre todos envolvidos no processo.
A partir da negociação de soluções de interferências entre sistemas, o projeto resultante deve ter todas as suas interfaces resolvidas, possibilitando uma avaliação preliminar dos custos, métodos construtivos e prazos de execução.
Quando esta fase estiver concluída ainda que o projeto não esteja completo e for necessário licitar a obra, esta fase opcional se caracteriza como:
PB – Projeto Básico /Pré Executivo
FASE Fase C - IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE INTERFACES
IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE INTERFACESESQ - C 001 – Projeto pré-executivo das esquadrias do empreendimento
Descrição da Atividade
Nesta fase do projeto de esquadrias são caracterizadas as soluções de sistemas a serem adotados.
Esta fase do projeto de esquadrias se caracteriza por:
- Análise e ajustes das interfaces das esquadrias com o projeto de Arquitetura;
- Especificação preliminar de vidros;
- Desenvolvimento dos detalhes básicos das esquadrias com os sistemas a serem adotados para o projeto de Arquitetura.
Dados Necessários
Contratante: Validação das premissas adotadas no estudo preliminar.
Projeto de Arquitetura:
- Validação dos sistemas apresentados (design) no estudo preliminar;
- Projeto básico de Arquitetura (implantação, planta, corte e fachada) – toda a geometria dos ambientes definida;
- Mapa de esquadrias de Arquitetura contendo elevação nomeada, planta, corte, localização e medidas e % de área de ventilação do ambiente com a abertura adotada segundo o Código de Obras local ou ABNT NBR 15575 (a ABNT NBR 15575 Parte 4 define que se atenda a legislação ou se esta não definir critério para ventilação as porcentagens nela definidas que são associadas à zona bioclimática do empreendimento). A responsabilidade pelo levantamento e apontamento da quantidade de cada tipologia de esquadria é do projeto de Arquitetura, não havendo conferência pelo projetista de esquadrias.
Nota: Algumas definições de Arquitetura podem não estar detalhadas ainda. Esta etapa tem por objetivo alertar os pontos críticos quanto às interfaces que possam gerar problemas e dar subsídios para o desenvolvimento dessas soluções.
Outras especialidades/disciplinas de projeto:
- Projeto de estrutura (concreto ou metálica) com definições da geometria dos elementos estruturais;
- Consolidação do relatório do projetista de acústica, informando o Índice de Redução Sonora (Rw) que cada esquadria deverá atender. Caso pertinente no empreendimento, definição de vidros insulados pelo projetista/consultor de desempenho térmico/energético.
- Consultoria de sustentabilidade: informação sobre necessidades a serem consideradas pelo projetista de esquadrias como a utilização de alumínio reciclado e/ou fornecedores com condição de fornecer Declarações Ambientais de Produto e certificado de origem da matéria prima no caso em que o empreendimento for passar por processo de certificação de sustentabilidade: LEED, AQUA ou outro.
Produtos Gerados
Observações
O projetista deverá apresentar relatórios de ensaios dos fabricantes dos sistemas de alumínio especificados que comprovem o atendimento as premissas do projeto.
Deverão ser apontadas necessidades específicas de soluções complementares para o projeto de esquadrias a serem providenciadas pelo contratante tais como, por exemplo, estrutura metálica auxiliar, projeto de drenagem específico.
Além disto, devem ser apontadas também eventuais adequações necessárias para atendimento às normas ABNT NBR 10821 e ABNT NBR 14718.
Apontar a necessidade de desenvolvimento de protótipos e testes quando a natureza das soluções forem tiverem características geométricas/funcionais extraordinárias.
FASE Fase D
PROJETO DE DETALHAMENTO DAS ESPECIALIDADES
Executar o detalhamento de todos os elementos do empreendimento de modo a gerar um conjunto de referências suficientes para a perfeita caracterização das obras/serviços a serem executadas, bem como a avaliação dos custos, métodos construtivos, e prazos de execução.
Executar o detalhamento de todos os elementos do empreendimento e incorporar os detalhes necessários de produção dependendo do sistema construtivo.
O resultado deve ser um conjunto de informações técnicas claras e objetivas sobre todos os elementos, sistemas e componentes do empreendimento.
Esta fase pode ser subdividida em 2 etapas:
– Projeto Executivo
– Detalhamento
Mas o conjunto se caracteriza com:
PE – Projeto Executivo
FASE Fase D - PROJETO DE DETALHAMENTO DAS ESPECIALIDADES
PROJETO DE DETALHAMENTO DAS ESPECIALIDADESESQ - D 001- Projeto executivo das esquadrias do empreendimento.
Descrição da Atividade
- Detalhamento de todas as esquadrias, compatibilizadas com o projeto de Arquitetura.
- Elaboração de memoriais descritivos, especificações de materiais, sistemas e vidros.
- Relação das normas atendidas no projeto e ensaios recomendados e/ou obrigatórios.
- Recomendações para instalação e inspeção da instalação.
- Recomendações para inserção no manual de uso e manutenção (indicar e utilizar para esta atividade o Manual de operação, manutenção e limpeza de esquadrias de alumínio, guarda-corpos e fachadas (AFEAL, 2018).
Dados Necessários
Contratante: Validação das soluções apresentadas no projeto pré-executivo.
Projeto de Arquitetura:
- O projeto executivo de esquadrias só pode ser iniciado após a consolidação completa do projeto pré-executivo de Arquitetura sem que haja mudanças/alterações que tenham impacto sobre as esquadrias[1]. Assim se a coordenação de projeto do contratante assegurar que não haverá mais mudanças no projeto executivo de Arquitetura, o ideal é que o projeto executivo de esquadrias se inicie após o término/consolidação do projeto pré-executivo de Arquitetura. No entanto, se após o fim do pré-executivo ainda houver riscos de mudanças o projeto executivo de esquadrias só deve se iniciar após a conclusão do projeto executivo de Arquitetura.
- O projeto de Arquitetura deve estar completamente compatibilizado (implantação, planta, corte e fachada) com as soluções arquitetônicas das esquadrias e suas interfaces definidas.
- Mapa de esquadrias de Arquitetura atualizado, contendo elevação nomeada, quantificação, plantas, cortes localizados (passando nas esquadrias), localização, medidas finais, definição de acabamentos e ferragens desejadas.
Outras especialidades/disciplinas de projeto:
- Projeto de estrutura (concreto ou metálica) definitivo ou final ou consolidado;
- Consolidação final do relatório do projetista de acústica informando o índice de redução sonora (Rw) para cada esquadria e do relatório de desempenho térmico/energético quando aplicável.
Consolidação final do relatório de certificação de sustentabilidade quando for o caso.
[1] Nota: O projeto pré-executivo caracteriza-se pela fase em que ainda há interfaces entre sistemas construtivos e especialidades/disciplinas de projeto a serem resolvidas. Ao entrar na fase de projeto executivo não deve haver mais mudanças nas várias especialidades sendo então a fase em que cada uma detalha e finaliza o que é de seu escopo sem mais interferências ou alterações.
Produtos Gerados
- Detalhamento gráfico com os sistemas compatibilizados, abrangendo todas as esquadrias de alumínio empregadas no empreendimento.
- Memorial de especificação das esquadrias e dos vidros, contendo informações técnicas conforme as normas ABNT NBR 10.821, ABNT NBR 7199, ABNT NBR 15575 e ABNT NBR 14.718. O memorial deverá apresentar as pressões (memorial de cálculo) e premissas adotadas no projeto, todas as normas pertinentes ao projeto de esquadrias e critérios de produção, instalação e manutenção.
Observações
FASE Fase E
PÓS-ENTREGA DO PROJETO
Garantir a plena compreensão e utilização das informações de projeto, bem como sua aplicação correta nos trabalhos de campo.
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 001- Apresentação do projeto
Descrição da Atividade
Apresentar o projeto final, em reunião, com os conceitos técnicos e premissas adotadas, solicitações do contratante e outras peculiaridades, bem como esclarecer eventuais dúvidas dos participantes (Observação 1).
Dados Necessários
- Projeto executivo elaborado pelo projetista.
Produtos Gerados
- Esclarecimento sobre os sistemas de esquadrias e soluções adotadas no projeto; sobre a organização e forma de utilização dos documentos de projeto;
- Aprovação de ata de reunião elaborada pelo contratante.
Observações
- Deve ter a participação do representante do contratante, do coordenador do projeto, gerente/coordenador da obra, engenheiro responsável pela gestão da obra, representante da empresa fornecedora do sistema de esquadrias escolhida pelo contratante e projetista.
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 002- Esclarecimento de dúvidas
Descrição da Atividade
Esclarecer eventuais dúvidas sobre os projetos elaborados e sua utilização, desde que para isso não haja necessidade de diligência externa (Observação 1).
Dados Necessários
Solicitante
- Questionamento técnico, após análise dos projetos executivos, inclusive dos memoriais técnicos e outros documentos textuais.
Produtos Gerados
- Respostas às dúvidas e indagações encaminhadas ao projetista.
Observações
- Os contatos para esclarecimento não terão caráter instrutivo e deverão sempre ser realizados com interlocutor qualificado e familiarizado com o projeto de esquadrias.
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 201- Análise técnica de propostas de fornecedores
Descrição da Atividade
Análise e equalização técnica das propostas dos fabricantes selecionados pelo contratante: nesta equalização o projetista de esquadrias avaliará as evidências técnicas de conformidade a normas, capacidade técnica a fim de proporcionar ao contratante a avaliação de equilíbrio entre a proposta comercial e as características técnicas dos proponentes.
Dados Necessários
- Propostas dos fabricantes em processo de concorrência do contratante;
Produtos Gerados
- Relatório específico com análise das propostas.
Observações
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 202- Análise técnica de soluções alternativas de sistemas de esquadrias
Descrição da Atividade
Estudo e análise técnica de alternativas de sistemas de esquadrias de alumínio. (Observação 1)
Dados Necessários
- Projeto originalmente elaborado.
- Dados e informações técnicas dos sistemas a serem estudados.
Produtos Gerados
- Relatório específico contendo a análise técnica do(s) sistema(s).
Observações
- Esta atividade pode se referir a análise de um sistema específico, demandado pelo contratante que, neste caso, deverá fornecer todos os dados e informações, ou a solicitação poderá envolver o levantamento de possíveis alternativas pelo projetista.
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 203- Análise e aprovação do projeto de fabricação apresentado pelo fornecedor escolhido pelo contratante
Descrição da Atividade
Análise do projeto elaborado pelo fornecedor e aprovação (ou não) para liberação para a obra. Caso não seja aprovado deverão ser apontadas as necessidades de alterações e nova análise será feita até que haja condições técnicas de aprovação.
Dados Necessários
Projeto elaborado pelo fornecedor escolhido pelo contratante
Produtos Gerados
- Relatório específico contendo a análise técnica do projeto.
Observações
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 204 - Visita técnica e análise do processo de produção/qualidade do fornecedor em fábrica.
Descrição da Atividade
Visita à fábrica do fornecedor escolhido com verificação e análise “in loco” de seu processo de produção específico para o sistema a ser fornecido.
Dados Necessários
- Autorização formalizada e solicitação ao fabricante para visita técnica do projetista à fábrica.
- Autorização de acesso à fábrica e linhas de produção pelo fornecedor.
- Projeto de fabricação elaborado pelo fornecedor e aprovado pelo projetista.
Produtos Gerados
- Relatório específico de visita técnica e análise do processo de produção em fábrica.
Observações
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 205 - Assistência técnica à obra quanto às esquadrias do empreendimento
Descrição da Atividade
Vistorias técnicas da instalação das esquadrias em obra – em número a ser definido com o contratante em função das características da obra.
Dados Necessários
- Formalização dos momentos do cronograma de instalação das esquadrias na obra para as vistorias de obras.
Produtos Gerados
Relatório específico de vistoria realizada
Observações
FASE Fase E - PÓS-ENTREGA DO PROJETO
PÓS-ENTREGA DO PROJETOESQ - E 206 – Assessoria para a realização de ensaios nas esquadrias ou análise de ensaios realizados
Descrição da Atividade
Assessoria para definição de escopo de ensaios e definição das amostras a ensaiar, indicação de laboratório, acompanhamento dos ensaios e análise dos relatórios finais e/ou análise de relatórios de ensaios de fornecedores ou ensaios contratados pelo contratante de projeto.
Dados Necessários
- Projeto desenvolvido pelo projetista e projeto de fabricação elaborado pelo fornecedor.
- Condições de realização dos ensaios indicadas pelo laboratório.
Produtos Gerados
- Relatório específico com indicação dos ensaios a realizar e relatório de análise dos resultados dos ensaios.
Observações
FASE Fase F
PÓS-ENTREGA DA OBRA
Analisar e avaliar o comportamento da edificação em uso para verificar e reafirmar se os condicionantes e pressupostos de projeto foram adequados e se eventuais alterações, realizadas em obra, estão compatíveis com as expectativas do empreendedor e de ocupação dos usuários.
FASE Fase F - PÓS-ENTREGA DA OBRA
PÓS-ENTREGA DA OBRAESQ - F 201- Avaliação do estado ou desempenho das esquadrias e/ou assessoria relativa a essa análise
Descrição da Atividade
Atividades de avaliação do estado ou desempenho das esquadrias e/ou assessoria relativa a essa análise.
Esses serviços serão realizados por meio de visitas, reuniões e outros tipos de atividade (observação 1)
Dados Necessários
- Projeto executivo das esquadrias elaborados pelo fabricante, incluindo memoriais técnicos e outros documentos textuais.
Produtos Gerados
- Relatório com registro das atividades desenvolvidas em decorrência dos serviços solicitados.
Observações
- As visitas deverão ser previamente agendadas.
ESPECIFICIDADES SOBRE O PROJETO DE ESQUADRIAS
O projeto de esquadrias, dependendo do tipo de uso da edificação e de suas características arquitetônicas, pode contemplar:
q Controle da Área de Ventilação
q Proteção a Intempéries: – Vento – Chuva q Psicológico q Sombreamento: q Conforto Térmico q Conforto Acústico q Controle da Área de Iluminação q Manutenção: q Limpeza q Vida Útil q Estilo e Design -Em relação a Fachada -Em relação ao ambiente interno q Privacidade q Proteção contra Insetos q Contato Protegido entre ambiente interno e externo |
- Projeto de esquadrias externas.
- Projeto de guarda corpos estruturados em alumínio e com fechamentos diversos.
- Projeto de fachadas do tipo “cortina”.
- Projeto de coberturas estruturadas em alumínio e com coberturas diversas.
O projeto de esquadrias não abrange:
- Projeto e especificação de esquadrias e vidros blindados;
- Projeto e especificação de esquadrias e vidros com resistência ao fogo (corta-fogo);
- Projeto e especificação de estruturas metálicas auxiliares que venham a ser necessárias;
Para estas finalidades, é necessário contratar empresa/profissional especialistas e que seja responsável técnico atendendo as normas e regulamentos aplicáveis.
Projeto “as built” dos sistemas de esquadrias instalados: neste caso este deve ser de responsabilidade da empresa fornecedora que instalou os sistemas.
Funções das esquadrias no sistema de vedações verticais
As esquadrias fazem parte do sistema de vedações verticais externas nas edificações e, como tal, devem apresentar desempenho compatível com este sistema como um todo, incluindo suas interfaces com os demais sistemas como estruturas e coberturas.
As esquadrias têm então papel definido no desempenho dos sistemas de vedações verticais que pode ser expresso da seguinte forma:
- No desempenho estrutural: apresentar características de desempenho estrutural como componente construtivo do sistema vedações verticais apropriadas às condições de esforços a que estarão sujeitas, incluindo os esforços decorrentes da ação do vento e da interação com os elementos de estruturas e vedações da edificação, e os esforços de manuseio;
- Na segurança no uso e operação: apresentar características ergonômicas, de “design” e de montagem que não ofereçam riscos de ocorrência de ferimentos ou danos aos usuários;
- Na segurança contra incêndio: contribuir para o atendimento de requisitos e critérios de resistência ao fogo e de compartimentação quando aplicável;
- Na estanqueidade à água e permeabilidade ao ar: assegurar a estanqueidade à água e permeabilidade ao ar definidos nos critérios normativos para o papel da esquadria nestas características do sistema de vedação vertical como um todo;
- No desempenho acústico: assegurar os níveis de isolamento acústico definidos nos critérios normativos para as vedações verticais externas em função das condições de exposição a ruídos do local do empreendimento constatadas à época do projeto;
- No desempenho térmico: como parte do “envelope” da edificação, as esquadrias têm papel delimitado no desempenho térmico em função das condições de ventilação que proporcionam e das características de seus vidros e eventuais componentes de sombreamento quanto ao calor de radiação solar no ambiente;
- No desempenho lumínico: as esquadrias têm papel essencial na determinação da quantidade de luz natural nos ambientes a partir de suas características geométricas, características dos vidros e de sua posição no projeto em relação à geometria dos ambientes;
- Na saúde e qualidade do ar: como componente que permite a ventilação dos ambientes e, consequente renovação de ar, visando a não proliferação de micro-organismos;
- No conforto tátil e antropodinâmico: assegurando que não seja necessário esforço excessivo para manuseio dos componentes da esquadria e que todos os componentes apresentem condições ergonômicas adequadas;
- Na acessibilidade: como componente que faz parte dos conceitos de acessibilidade dos ambientes estabelecidos em normas, regulamentos e leis as esquadrias contribuem com suas características de alcance visual e alcance de dispositivos de manobra;
- Na durabilidade: a vida útil das vedações verticais é decorrente das condições de durabilidade de todos os seus componentes e materiais face às condições de exposição e condições de uso. As esquadrias devem apresentar vida útil compatível com a vida útil do sistema vedação pelas suas características de materiais e componentes diante das condições de exposição e de uso a que estarão sujeitas.
- Na manutenibilidade: as esquadrias devem apresentar características que facilitem a sua limpeza, conservação e operações de manutenção necessárias para assegurar sua vida útil.
Além das características de desempenho descritas, as esquadrias têm ainda papel fundamental na linguagem arquitetônica da edificação, em aspectos do bem-estar dos usuários como a privacidade e outros.
Por esta razão as decisões do projeto de esquadrias quanto às tipologias e características estéticas, devem ser tomadas em conjunto com o responsável pelo projeto arquitetônico do empreendimento.
Objetivos do projeto de esquadrias
O projeto de esquadrias de alumínio tem por objetivos:
- Analisar em conjunto com o projetista de Arquitetura a influência das esquadrias sobre os requisitos de desempenho diretamente afetados por elas para que sua especificação contribua para o atendimento a estes requisitos tais como: desempenho térmico, desempenho acústico, iluminação natural por exemplo;
- Selecionar, entre os sistemas de esquadrias disponíveis no mercado, o sistema que, técnica e economicamente é mais adequado ao empreendimento, com estrito atendimento às normas técnicas aplicáveis e em consonância com o partido arquitetônico;
- Analisar e equacionar as interfaces destes sistemas com os demais sistemas do edifício com os quais terão interface direta, como estruturas e vedações verticais, revestimentos e outros específicos do empreendimento;
- Especificar estes sistemas quanto a todas as suas características técnicas e características de interface para instalação em obra.
Os serviços de projeto englobam três tipos de atividades e podem ainda abranger outras atividades específicas e/ou opcionais, assim definidas:
- Atividades essenciais presentes em qualquer tipo ou porte de empreendimento;
- Atividades específicas vinculados às características daquele empreendimento, como por exemplo, número de subsolos, critérios de sustentabilidade etc.;
- Atividades opcionais aqueles que o contratante entende como conveniente para determinada especialidade, na etapa em questão, e que não estejam enquadrados nos outros dois tipos.
Normas técnicas e regulamentos
O Anexo II deste Manual apresenta as normas técnicas pertinentes aos projetos de esquadrias. No entanto, as normas passam por revisões periódicas, novas normas são criadas e/ou há cancelamento de normas. O projetista é responsável por acompanhar a evolução das normas – consulta específica pode ser feita mensalmente por meio do Catálogo ABNT sabendo-se as normas revisadas, publicadas e/ou canceladas utilizando-se a pesquisa por período ou por Comitê Brasileiro da ABNT – www.abntcatalogo.com.br – a fim de incorporar o atendimento ao projeto.
Regulamentos técnicos e leis locais também podem afetar o projeto de esquadrias tais como regulamentos do Corpo de Bombeiros e código sanitário de cada estado e código de obras de cada cidade.
O projeto deverá relacionar no memorial descritivo ou em outro documento todos os regulamentos pertinentes e todas as normas técnicas atendidas, com seu número ABNT ou, se norma especifica da ABNT não existir, sobre determinada parte do que é escopo do projeto de esquadrias o número de norma técnica estrangeira adotada (como faculta a norma de desempenho nestes casos), o título e data de publicação de cada norma referida.
Observação: se durante o desenvolvimento do projeto houver revisão ou cancelamento de normas ou se uma nova norma for publicada é responsabilidade do projetista avaliar as implicações das mudanças e notificar por escrito o contratante do projeto. Deverão ser avaliadas as implicações de trabalho do projetista e acordadas com o contratante as condições de revisão do projeto para atendimento das novas condições definidas nas normas.
ANEXO II – REFERÊNCIAS TÉCNICAS
Os projetos devem ser desenvolvidos de acordo com as Normas Técnicas vigentes. No entanto, é preciso destacar a ABNT NBR 15575, que apresenta uma série de responsabilidades, aos projetistas, incorporadores e construtores. O escopo do que deve ser considerado em cada projeto, para atendimento à ABNT NBR 15575, está disponível no capítulo Escopos para atendimentos à Norma de Desempenho, do respectivo Manual.
No site da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) está disponibilizada a relação das normas técnicas aplicáveis a edificações, separadas por tema e fase de desenvolvimento do empreendimento, desde a decisão de empreender.
www.cbic.org.br/normasdaconstrucao
Para acompanhar as revisões de normas ou surgimento de novas normas pesquise também por período ou por comitê da ABNT em www.abntcatalogo.com.br
Normas Técnicas Específicas
Geral
- ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais.
- ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 4: Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas — SVVIE.
- ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais — Desempenho. Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
- ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações. Parte 1: Esquadrias externas e internas – Terminologia.
- ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações. Parte 2: Esquadrias externas – Requisitos e classificação.
- ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações, Parte 3: Esquadrias externas e internas – Métodos de ensaio.
- ABNT NBR 10821 – Esquadrias para edificações – Parte 4: Esquadrias externas – Requisitos adicionais de desempenho.
- ABNT NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações.
- ABNT NBR 7199 – Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações.
- ABNT NBR 14718 – Esquadrias — Guarda-corpos para edificação — Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio.
Normas de especificação de materiais e componentes das esquadrias
Alumínio extrudado
- ABNT NBR 15329 – Produtos de ligas de alumínio para uso estrutural na arquitetura e na construção civil — Especificação.
- ABNT NBR 8116 – Alumínio e suas ligas – Produtos extrudados – Tolerâncias dimensionais.
- ABNT NBR 8117 – Alumínio e suas ligas – Arames, barras, perfis e tubos extrudados – Requisitos
Acabamentos
- ABNT NBR 12609 – Alumínio e suas ligas — Tratamento de superfície — Requisitos para anodização para fins arquitetônicos.
- ABNT NBR 14850 – Alumínio e suas ligas – Tratamento de superfícies – Revestimento orgânico de tintas e vernizes – Determinação da resistência ao intemperismo artificial (UV).
- ABNT NBR 14905 – Alumínio e suas ligas – Tratamento de superfície – Revestimento orgânico de tintas e vernizes – Determinação de resistência à corrosão por exposição à névoa salina acética.
- ABNT NBR 15807 – Alumínio e suas ligas — Tratamento de superfície — Revestimento orgânico para bens de consumo – Requisitos.
Componentes e materiais/sistemas de fixação
- ABNT NBR 15737- Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – colagem de vidros com selante estrutural.
- ABNT NBR 15919 – Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla-face estrutural de espuma acrílica para construção civil.
- ABNT NBR 15969 – Componentes para esquadrias – Parte 1: Roldana – Requisitos e métodos de ensaio.
- ABNT NBR 15969 – Componentes para esquadrias – Parte 2: Escova de vedação — Requisitos e métodos de ensaio
- ABNT NBR 15969 – Componentes para esquadrias – Parte 3: Fecho — Requisitos e métodos de ensaio.
- ABNT NBR 15969 – Componentes para esquadrias – Parte 4: Articulação — Requisitos e métodos de ensaio.
Vidros
- ABNT NBR NM 293 – Terminologia de vidros planos e dos componentes acessórios a sua aplicação.
- ABNT NBR NM 294 – Vidro float.
- ABNT NBR NM 295 – Vidro aramado.
- ABNT NBR NM 298 – Classificação do vidro plano quanto ao impacto.
- ABNT NBR 14207 – Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança.
- ABNT NBR 14488 – Tampos de vidro para mesa – Requisitos.
- ABNT NBR 14564 – Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio.
- ABNT NBR 14651 – Fechaduras para portas de vidro – Requisitos.
- ABNT NBR 14696 – Espelhos de prata.
- ABNT NBR 14697 – Vidro Laminado.
- ABNT NBR 14698 – Vidro Temperado.
- ABNT NBR 14925 – Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação.
- ABNT NBR 16015 – Vidro insulado — Características, requisitos e métodos de ensaio.
Normas de instalação e manutenção
- ABNT NBR 10821 Esquadrias para edificações -Parte 5: Esquadrias externas – Instalação e manutenção.
PUBLICAÇÕES
- AFEAL – Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio. Manual de operação, manutenção e limpeza de esquadrias de alumínio, guarda-corpos e fachadas. São Paulo, fevereiro /2018.
- Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Esquadrias para edificações, desempenho e aplicações: orientações para especificação, aquisição, instalação e manutenção. – Brasília: CBIC/SENAI, 2017.184p.
AGRADECIMENTOS
A produção dos Manuais de Escopo de Projetos e Serviços envolve uma equipe multidisciplinar que, há quase 20 anos, se reúne para a compatibilização de visões e procedimentos.
Desse esforço de abnegados, representantes de suas categorias profissionais, surgiu o consenso necessário e fundamental para a construção de um documento de orientação para todo o setor imobiliário.
Nossos agradecimentos às entidades e profissionais que participaram deste legado.
Destacamos a seguir os profissionais que atuaram diretamente desta edição.
Coordenação Geral dos Manuais de Escopo
Secovi-SP | Carlos Alberto de Moraes Borges |
Marcos Velletri | |
Patricia Bittencourt |
Consultora técnica | Maria Angelica Covelo Silva |
Apoio Técnico
SindusCon-SP | York Estefan |
Renato Genioli Jr. |
Grupo de Trabalho responsável pelo Manual de Escopo de Esquadrias de Alumínio
AFEAL | Antonio Antunes
Antonio B. Cardoso Audrey Dias Barbara Yume Crescêncio Petrucci Junior Edison Claro de Moraes Fernando Rosa Igor Alvim Julio Petrucci Maria Teresa Faria e Godoy Sandra Tenório Sergio Paschoal Silas Marques Yuri Alvim
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